Caminhar e falar ao mesmo tempo, pode ser difícil. No mínimo exige que deixe algo passar, afinal, não se pode fazer muitas coisas simultaneamente, com presença, em tudo.
Tenho dificuldade em explicar, quando me perguntam sobre o que é o livro que estou escrevendo. Seja porque é diferente de tudo que já fiz; seja porque, bem, talvez eu não saiba (ainda) qual o seu cerne.
Respondo que é sobre o entre. Os mundos que nos perpassam, desde o momento que passamos a existir. Entre a vida e a morte. Entre o querer e o alcance. Entre o seguir, as pausas, e o fim da estrada.
Na caminhada, quando pausamos, conseguimos falar melhor, refletir sobre o movimento. É possível olhar para trás, o que já foi percorrido, e para frente, vislumbrando o que ainda está por vir.
O entre
O agora
Somos nós, com os dois pés no chão.
***
E que a gente não se iluda. O acelerador da humanidade está a todo vapor, a muito, muito tempo. Caminhar mais devagar, prestando atenção nos passos, é bem mais complexo do que pode parecer, já dizia a brilhante Clarice Lispector,
“Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho”.
***
Apoiadoras queridas,
Abaixo compartilho com vocês um pouco dos bastidores do trabalho que venho fazendo neste primeiro romance através da lista dos principais livros que tem me inspirado na escrita. Foram livros que chegaram de forma bem orgânica (universo?), e foram criando uma espécie de rede, já que vejo ali uma conexão muito bela e profunda entre eles.
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