Amanhã,
A galinha e seus filhinhos passaram a pouco do meu lado. A mãe, na frente, olhava constantemente para trás no ímpeto de chegar ao destino final com a família completa.
A vaca, poucos dias após parir seu bezerro, caiu ladeira abaixo. Sobreviveu, porém, machucou a pata direita e há meses está mancando e impossibilitada de andar muito longe. Aguarda todas as manhãs a generosidade de alguém, come folhas de milho de café da manhã. Segundo Isis, é preciso dobrar a quantidade para que seja considerado almoço, na próxima refeição.
Coincidentemente, neguinha, a cachorra guardiã, também está com a pata direita machucada, vem até mim com dificuldade, pedindo mais um pouco de carinho nesta manhã gelada.
Três passarinhos, apelidados de bicudos, sobrevoam a casa e se comunicam com gritos agudos e bastante chamativos. Ninguém sabe dizer o nome desta espécie, mas todos concordam que são bastante belos (e barulhentos).
A neblina pela manhã torna a paisagem bela, enigmática e altamente fotogênica.
A cobra, que subiu pela calha e decidiu morar no forro da casa, foi despejada de sua nova residência e convidada a voltar para natureza, sua morada raiz.
Os franguinhos, tomam sol com uma alegria e calma invejável. Saberiam eles seu fatídico futuro?
Olho ao redor. Vejo histórias, das mais variadas.
Aqui.
Agora.
A literatura me acompanha. É possível senti-la rente a pele.
O que estaria pensando o beija-flor enquanto bate suas asas na velocidade da luz?
Com curiosidade e afeto,
Ana.
***
As inscrições para o ciclo de leituras estão abertas. Venham ler mulheres fantásticas conosco no Dialeto Materno.
Assinantes das Cartas possuem 10% de desconto, basta usar o cupom NEWSLETTER.
Fiquei com dó da cobra 😅 que delícia de texto, Ana!
Que lindo, Ana! Adoro essa sensação de expansão