Cartas para o amanhã - Andar com fé eu vou # 28

Amanhã,
O que é fé para você?
Eu cresci em uma família muito religiosa, que tem como base a crença em algo superior, responsável pela nossa existência, ou seja, fé naquilo que não se vê, que não tem exatamente uma comprovação de que seja algo real.
No decorrer da minha história a fé foi se tornando algo diferente do que me foi ensinado, passei a ver e sentir a fé como algo maior, mais abrangente, capaz de nos levar fronteira a fora de nós mesmos, capaz de criar pontes e estradas que somente a lógica talvez não tenha força suficiente.
A fé que me foi ensinada certamente foi a propulsora da que hoje me habita, não veria as mágicas da vida com os olhos que hoje tenho se não tivesse sido ensinada a ter fé em algo superior. Mas sei que meu olhar para a fé agora é bem distante do que me foi ensinado e eu vejo beleza nisso. Acho que um dos encantos da vida é a gente se expandir, olhar com curiosidade e não ter limites para se conhecer e se abrir para o novo.
Fé para mim é acreditar que coisas maravilhosas estão sempre acontecendo, mesmo que não seja com a gente, mesmo que não seja perceptível aos olhos da pressa. É confiar mesmo sem um contrato mágico pré-estabelecido com data e hora marcada para acontecer. É ver no desconhecido uma oportunidade de expandir o olhar que tem para si mesmo, somos capazes de muito, mesmo que digam o contrário. É dar espaço para a intuição.
Fé e intuição andam lado a lado, quem tem uma tem outra. Tenho por mim que essas duas são primas irmãs que se comunicam mais do que a gente consegue perceber. As vezes sinto a intuição me indicando os caminhos que devo seguir, mas sem a fé de que o desconhecido pode ser algo maravilhoso talvez não a ouvisse. Ambas me fortalecem e me mostram que uma vida sem mistério é uma vida com dias iguais, mesmo que não sejam.
Estou falando sobre fé esta semana porque tenho me voltado muito para ela, reavaliei muito minha fé nesses últimos tempos, principalmente a fé em mim mesma, desconheço crença maior no desconhecido do que acreditar em si, nas suas capacidades de realização, superação e coragem de se jogar ao vento sem saber para onde ele está indo. Tenho me jogado, sempre fui do time “o não eu já tenho” e, embora pareça bem potente falando, na prática requer muito da gente e a fé é o que me dá suporte nos momentos em que resolvo dar o salto.
Acredito absurdamente no poder da transformação, como boa aquariana sou, tenho profunda admiração pela mudança, vejo nos saltos difíceis, oportunidade de crescimento e novos conhecimentos. Não romantizo, não é fácil, nem um pouco, geralmente logo após criar coragem de saltar eu me recolho, muitas vezes fico deprimida, deixo a impostora dizer coisas duras e cruéis, sinto muita vergonha e inadequação e quase sempre choro, bastante, em parte porque é difícil trabalhar o turbilhão de sentimentos e parte de orgulho por ter saltado, apesar de.
Esta semana saltei novamente. Criei coragem para criar uma campanha de financiamento coletivo para o meu trabalho. Embora a ideia já estivesse presente há um tempo, só agora finalmente consegui silenciar as vozes que tentam me fazer desistir de de coisas que acredito e me joguei no desconhecido com curiosidade, medo, felicidade e fé.
Tem sido uma experiência interessante ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre o meu trabalho, qual o impacto que gero naqueles me leem e como o coletivo é maravilhoso. Recebi retornos tão maravilhosos, depoimentos tão generosos sobre a minha escrita que, embora a campanha seja uma forma de continuar na escrita/conseguir pagar os boletos, só as trocas que tive com quem gastou um pouco do seu tempo comigo já valeram a pena ter colocado ela no mundo. Juntar pessoas que acreditam no seu propósito é grande, potente e transformador. Sou grata por todos aqueles que já saltaram junto comigo e convido você a vir junto também.
Maiores informações no link abaixo:
https://www.catarse.me/umcontocontadopormim?ref=project_link
Com curiosidade e afeto,
Ana.
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