EDIÇÃO EXTRA - Apoiadoras #29

Daqui, até onde a vista alcança.

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É lua minguante. Tenho aprendido que nesses dias, recolher-se não só faz bem, como permite mergulhos mais profundos em si. A vida contemporânea segue na contramão desta diretriz, como sabemos. Mas há de se ter caminhos que nos leve rumo a uma vida com maior interação com a natureza, fluidez na oscilação da vida, seguindo seu ciclo natural.

Dezembro foi o mês que me permiti pequenas pausas. Passeios inesperados e, principalmente, dias sem compromisso algum. É bonito assistir à interação de uma criança com tudo isso. Os pequenos precisam de movimento, sim, porém se relacionam com facilidade aos ciclos naturais e dias preguiçosos lhes são também prazerosos.

Minha grande questão de vida do ano é como criar uma relação viável entre meu trabalho e meus ciclos internos. Eles existem, fato, porém, a vida fora nem sempre se alinha. E, ao que tudo indica, daqui, até onde a vista alcança, vejo que há de se abrir mão de algumas coisas para haja uma genuína interação com o todo.

Abandonar padrões e regras impostas não são mais uma opção. A mudança vem com o movimento. Me vejo seguindo na contramão de certas certezas que até ontem, me guiavam. Trabalhar bastante, sim, contudo, o alinhamento sobre o que fazer, como, quando e onde tem tomado novas proporções.

O Laboratório Nós é minha primeira experiência neste novo lugar. Rejeitar fórmulas de propaganda, seguir a intuição. Me alinhar comigo mesma sobre quem quero atrair para perto, independentemente de o resultado ser “sucesso” ou não, pois este termo também toma novos rumos quando entendemos que se juntar com outras mulheres para escrever por cinco meses seguidos é muito mais do que só se juntar com outras mulheres para escrever por cinco meses seguidos.

Um processo de transformação profundo, pois, um grupo de pessoas que se junta com intenções similares, sempre irá movimentar muita energia neste querer e, mesmo que