Cartas para o amanhã

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EDIÇÃO EXTRA - Apoiadores #21

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Um verdadeiro jardim das palavras

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Ana Margonato
ago 15, 2024
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By Gerdine

Fecho a janela do quarto da minha filha nos dias em que ela não estará aqui para dormir e algo dentro de mim parece deslocar-se de sua posição original. Sozinha, destoa do restante da paisagem e gera um sentimento gélido e, na maioria das vezes, assustador. Não sei se estou pronta para falar sobre isso. Não os finais, mas as transformações que ocorrem após eles e que, esteja nosso corpo preparador ou não, o enfrentamento ocorre e os pedaços parecem não ter mais um lugar para se abrigar.

 Eu vejo o lado belo do fim. Sem hipocrisia. Sem romance. Para além dos buracos que surgem, há tanta vida nova brotando. Um lugar capaz de revolucionar os corações mais desacreditados. Meus olhos brilham diante do novo. Só que a vida, essa bonita, pede mais do que isso, é preciso aparar as arestas, moldar as novas narrativas. E elas, não pertencem apenas a você, mas a um grupo de pessoas que precisam se abrir para este novo espaço. E isso dá trabalho. Muito trabalho. Requer o melhor da gente e nem sempre temos o suficiente para ofertar.

By Maite

Vivenciar as ausências da minha filha é sem dúvida a parte mais difícil de recriar, o pedaço deslocado, complexo de se encontrar um lar. Analiso todos os cenários possíveis e nada tira o peso do vazio, a sensação de que algo está no lugar errado. Colocaram a mobília do banheiro na cozinha, veja só se esta casa não lhe parece estranha e inadequada. Uma loucura viver nela, dizem seus personagens convictos.

Mas as palavras, por vezes, são casa. Não são capazes de indicar um endereço certeiro às dores que vagueiam sem rumo, porém, dão um teto, mesmo que temporário, para que possam descansar. E são nessas paradas que me encontro, tomo meu café e, ao menos por alguns instantes tudo parece estar exatamente no seu devido lugar.

Tenho lido muitas coisas que me colocam neste status de abrigo. Palavras que para além do acolhimento, adubam tudo que aqui dentro brota. E melhor do que receber tais presentes, é compartilhá-los, por isso, fiquem com o vídeo abaixo, em que leio alguns trechos de dois autores que chegam até mim como um verdadeiro jardim das palavras.

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