Escrever é como matar piolho #175

Já tentou se livrar desses pestinhas?

Amanhã,

Se alguém me pergunta como é escrever um livro, de pronto, respondo: Não sei. Não pela inexperiência, muito menos por falta de entrega no processo, e sim pelo fato de que, como explicar a complexidade que é o ato de juntar milhares de palavras até que por fim, nasça uma história ficcional ou autobiográfica, em um mundo repleto de magias ou de asfaltos e rotinas com personagens que surgem a partir das ideias criadas por alguém com vivências únicas e não transferíveis?

Viu, complexo.

Porém, recentemente encontrei a forma perfeita de explicar esse processo. Escrever (em especial um livro) é como matar piolhos. Sim, esses bichinhos milenares que atazanam a vida das mães há séculos. Já tentou eliminar eles de uma vez? Usa os produtos indicados pelo médico, segue dias e dias passando pente fino. Repete todo o processo de novo e de novo e de novo.

Dificilmente encontrará alguém que lidou com esses pestinhas assim, tranquilamente no prazo de apenas alguns dias. É uma tarefa árdua, que requer paciência, atenção e processos repetitivos executados com dedicação por semanas, meses. Ou seja, quase como escrever um livro.

Ri alto com a analogia, afinal, só quem escreve (e já lutou contra essas criaturas) sabe como ela combina com perfeição.

Definições muitas vezes de nada servem, vamos ser bem sinceras. Porém, se lhe ajudam de alguma forma e você é também a pessoa que se enrola toda para explicar seus processos criativos na escrita, então é simples: Escrever, é como matar piolhos. Fim.

Com curiosidade e afeto,

Ana.

Junho será um mês de muitos trabalhos significativos por aqui. Para começar, será o último mês do Nós - Laboratório de escrita deste semestre. O tema, em total consonância com o momento será Finais - Como chegamos ao fim.

Vamos abordar os finais das histórias que contamos e claro, como é de meu feitio, adentraremos nas camadas internas que circundam a nossa escrita. Daremos início dia 03/06, vem que ainda dá tempo.

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Ainda em junho, teremos o primeiro encontro desta oficina que, veja bem, é um dos trabalhos mais maravilhosos que já tive o prazer de idealizar, gestar e colocar no mundo. Em parceria com a Marina Matos, adentraremos no universo onírico e através da palavra, vamos explorar a riqueza que ele proporciona.

CRONOGRAFIAS - Do sonha à matéria

** Os sonhos falam e as palavras respondem**

Textos que li recentemente e ganharam um espacinho aqui dentro:

Um texto para ler com a alma

Morte

Acumular o gesto do dia

Um texto para rir muito

Todos os dias inauguramos um lugar sagrado