O que está em movimento não se congela #171

Mal sabia eu, que caminhar.....

By ludbella

Amanhã,

Uma amiga chegou com o convite – Participar de um grupo de trilheiros. Confesso que entrar em grupo de qualquer coisa não é lá muito o meu estilo. Eu, meu fone de ouvido e as vozes da minha cabeça vamos longe sozinhos. Mas acontece que sou bem fã de atividades ao ar livro, vulgo no meio do mato e achei a proposta boa.

Já começamos pela rota mais longa. 14km de um trajeto relativamente fácil e com banho de rio no meio como presente. Depois passamos para outros, bem enlameados e escorregadios e, para aumentar um tanto o desafio, levamos a criançada junto que é para compartilhar o amor pelo cheirinho de mato e um tênis sujo.

E no meio daquele povo todo senti o movimento de forma diferente. Trilhar um caminho, passo por passo, só mais uma subida, olha, uma cachoeira, viu o tucano? É uma experiência que pode te levar a espaços internos ainda não acessados, àqueles que estão bem mais abaixo, escondidos pelos tantos outros, preenchidos pela grande loucura da rotina.

Senti o rebuliço que me acomete quando escrevo, porém, nas pernas.

By Emily Hansen

Amo ler relatos de peregrinos e suas transformações. Ficava com o encanto, mas não me identificava ao falarem sobre o caminho e suas camadas. Mal sabia eu, que caminhar, para além das pernas, é movimentar tudo aquilo que nos habita, que necessita de passagem.

Como diz Clarissa Piskola “O que está em movimento não se congela”. Ou seja, mexe, remexe, remodela, transforma. Movimentar o corpo, as histórias que nos pedem para serem contadas. Passo por passo, sem atropelo, sem correr demais para não doer de lado. Apenas seguir adiante, atenta ao ritmo, mas de peito aberto, para as surpresas que certamente, irão chegar.

Com curiosidade e afeto,

Ana

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As indicações desta semana são todas musicais, tenho me inspirado muito em alguns músicas, inclusive, para escrever exercícios de escrita para as oficinas que estarão a todo vapor em maio.

Começando por esta aqui que está no top 1 das mais ouvidas.

Uma música que simplesmente ganhou meu coração.

E esta aqui que, na minha opinião é uma grande homenagem ao que chamamos de prazer (de forma muitíssimo ampla).

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Ouvindo todas essas músicas e muitas outras (trago mais na próxima edição) enquanto finalizo os exercícios do Nós - Laboratório de escrita que dará início amanhã e também os exercícios do CORPO-PALAVRA, um dos projetos mais lindos que já tive a oportunidade de fazer parte.

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