Pequenas notas para não adiar o fim do mundo #166

Sem promessas de grandes revelações.

Sacha van Dorssen, 1981

Amanhã,

PEQUENAS NOTAS

*para não adiar o fim do mundo. E, enquanto ele não chega, acalentar a mente de uma escritora que pensa demais e pouco conclui a vastidão de assuntos que lhe perpassam.

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**Conhece alguma mulher que tenha conseguido desgrudar de si o grande miasma da culpa? Se desejo por si só materializasse algo, certamente seria a minha libertação desse bichinho. Imagina só, fazer coisas sem se preocupar com o grande julgamento da sociedade. Ser uma mãe suficientemente boa e estar em paz com isto. Se priorizar.

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**Cada vez menos presente nas redes sociais (posso me dar a este luxo?). Uma profunda sensação de inadequação me acompanha desde sempre. Talvez por ser de uma geração que não nasceu com a cara grudada no celular. Ou pode só não ser meu espaço mesmo. Ainda uma grande incógnita sobre minhas ações a serem tomadas (ou não).

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**Recebi o troféu exausta 2025 após passar dias ministrando o remédio incorreto para uma cachorrinha recém operada sem nem se dar conta do erro. Primeiro deixei a culpa tomar todo espaço que já lhe é familiar. Passado o choro em posição fetal, adentrei o território da ação de mudança. Descansar, é preciso. Como? Vou descobrir.

PS: Beheca passa bem, sem efeitos colaterais (eu acho).

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**A régua que você usa com as suas amigas é a mesma que usa com os amigos? Me vejo esperando tanto das minhas amigas e quase nada dos amigos. E não é um não esperar de indiferença, mas de isenção. Amigo ausente, ok, tadinho. Amiga ausente, afff, que péssima amiga. Falo aqui de amizade, embora este padrão possa se expandir para praticamente qualquer situação da vida. Este assunto me ronda, em breve escrevo com mais delongas sobre.

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**Vou celebrar meu aniversário sábado só com as amigas. Um café da manhã em um lugar bem bom, com mulheres que me fazem bem a bessa o ano todo. Muitas mudanças internas se mostrando frente ao sol.

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**Sexta passada dei início a um projeto tão lindo. Primeiro porque é coletivo. Segundo, porque não é sobre mim, mas sobre um grupo de mulheres que ama a arte. Terceiro, foi anônimo, esquecemos até mesmo da foto de recordação. Cada vez mais eu acho um luxo fazer coisas sem precisar mostrar para ninguém mais que meu próprio espirito.

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**Semana que vem lhe envio uma carta monotemática e espero eu, descansada de corpo e alma.

Com curiosidade e afeto,

Ana

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Tenho me encantado demais com o que está rolando no Nós - Laboratório de escrita de fevereiro. Logo mais tem inscrições abertas para março. Escrever em comunidade é expansão!!

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