O livro não é meu #172

Reside aí um certo alivio.

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Amanhã,

Não que esteja contando, mas hoje fazem exatamente treze dias que terminei terminado, por assim dizer, meu primeiro romance. Pouco mais de dois anos escrevendo e reescrevendo páginas e mais páginas de um emaranhado de histórias que me atravessam e lá, do outro lado, a mensagem ecoa: O livro não é meu.

No plano das ideias fica bem mais harmônico esta frase do que dita assim, em alto e bom som. Ao tentar explicar para amigos próximos o meu processo criativo e a relação com as palavras, dizer que o livro não é precisamente meu foi uma constante em meus lábios. Uma amiga me chamou a atenção. Pontuou o quão isso fazia soar que foi fácil escrever, tirando todo mérito do meu trabalho.

Só quem escreve um livro sabe o tamanho da complexidade que envolve este processo. Porém, dizer que o livro não é meu vem de um lugar adiante. Ao término de tudo, àquelas histórias deixaram de me pertencer. Tornaram-se algo maior, que vai além dos meus dedos no teclado. A partir de agora, elas possuem vida própria e são, digamos, donas do próprio nariz.

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Reside aí um certo alivio. A história agora é livre, segue seu caminho. Contudo, o luto também chega. Desapegar de algo criado rente suas raízes e íntimo do espirito é um processo que se vive no ritmo de um peregrino. Passo por passo. Sem vislumbrar o fim da estrada.

Transito neste instante, o entre. Desfaço de um tanto de ego, abraço as partes que só agora, se permitiram doer. Me entrego ao fluxo contínuo da vida e admito que sim, escrevi este livro. Assim como ele, me reescreveu.

E nesta travessia, observo o todo que se forma diante do nascimento de uma história. Apenas um pensamento perdura: Que seja bela a estrada, para ambos.

Querido livro, boa sorte.

Com curiosidade e afeto,

Ana

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Neste belo/imenso/doido/intenso processo pós escrita pouco tenho lido, assistido etc. Porém trago hoje algumas pequenas cositas que tocaram meu coração nestes dias.

Em Defesa da Intimidade Radical da Leitura

Uma música bem sugestiva para esses dias meus.

Um carrossel que tem meu coração.

O que você faz para desaperrear?

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